A iniciativa “Museu na Aldeia”, promovida pela SAMP – Sociedade Artística Musical de Pousos, é um projeto de intervenção artística e social dirigido à população idosa das zonas rurais e isoladas de Portugal. O projeto reúne 13 museus e 13 aldeias de 26 municípios portugueses, formando uma rede de encontros e intercâmbio cultural. A iniciativa incentiva as comunidades a interagir com profissionais de museus, artistas e entidades locais para partilhar o seu património cultural e reavivar tradições.
O projeto estimula o envolvimento através da narração de histórias, oferecendo programação cultural a públicos que normalmente não têm acesso a essas oportunidades. Para tal, é criado um programa sequencial e integrado de visitas entre os museus e as aldeias, consolidando assim uma rede coesa entre os municípios e a sua oferta cultural e artística.
o “Museu na Aldeia” destina-se especificamente a idosos autónomos com mais de 65 anos que vivem em meios rurais isolados e com acesso limitado a experiências culturais. Ao conectar museus e comunidades, a iniciativa não só preserva e revitaliza o património local, como também melhora o bem-estar cultural dos idosos, promovendo um sentido de inclusão e de comunidade.
Perfil das pessoas envolvidas: pessoal, voluntários, investigadores, membros da comunidade, parceiros externos
Qualificação/formação das pessoas envolvidas: conhecimentos tradicionais, académicos/investigadores, profissionais de museus, peritos técnicos
1.3. Formação
A formação é um aspeto fundamental do projeto e segue a metodologia de formação da SAMP. Este processo inicia-se logo que os profissionais se juntam a qualquer projeto promovido pela SAMP, e é processual e contínuo, integrado na sua rotina diária de trabalho. “O profissional tem de estar em sintonia com as artes em geral e, mesmo que tenha uma forte afinidade com o trabalho com idosos, tem de trabalhar inicialmente com bebés durante pelo menos um ano. Isto ajuda-os a desenvolver as competências necessárias para trabalhar com um grupo demográfico que requer atenção e capacidades especializadas, para além da interação com os pais. Esta experiência prepara-o para trabalhar mais tarde com idosos ou outros grupos. Assim, o profissional adquire competências essenciais que, muitas vezes, dizemos que o preparam para enfrentar o mundo, seja com bebés, idosos ou jovens reclusos” ressalta a coordenadora da iniciativa.
A metodologia de trabalho da instituição garante que as atividades sejam desenvolvidas em duplas, facilitando a troca e a formação contínua entre um profissional mais experiente e um novato. A formação ocorre essencialmente no terreno, através da partilha de actividades diárias e experiências práticas. Semanalmente são realizadas reuniões de equipa para partilhar e avaliar as experiências do projeto da semana, promovendo um ambiente de aprendizagem colaborativa.
Um retiro anual, com a duração de uma semana e realizado fora do território habitual, constitui uma oportunidade de formação fundamental. Este retiro é dedicado à avaliação do trabalho realizado ao longo do ano, à reflexão sobre as experiências, à proposta de novos objectivos e à definição de novas aspirações.
Além disso, o projeto dá ênfase à compreensão de outras iniciativas para informar as reflexões sobre o próprio projeto. É dada uma atenção significativa à formação sobre a metodologia utilizada pelo projeto e outras actividades do SAMP. Para partilhar experiências e metodologias, existe o objetivo de criar um centro de formação na instituição. A avaliação do impacto do projeto é também crucial, o que evidencia a necessidade de formação específica em metodologias adequadas a projectos socioculturais e artísticos.
Secção 2. Descrição do PCI envolvido
Tipo de PCI:
Práticas sociais, rituais e eventos festivos
Reconhecimento do PCI:
Em risco de desaparecer
Reconhecido localmente
Bem conhecido
Envolvimento da comunidade na identificação e gestão do PCI:
Baixo
Médio
Alto
A iniciativa “Museu na Aldeia” interliga a diversidade económica, geográfica, social e cultural da região como uma manta de retalhos. Destaca a paisagem na cronologia, economia e rituais da região, para além dos monumentos locais e do Património Mundial.
As danças, as músicas, as romarias e os movimentos migratórios, impulsionados por crenças e ritmos de trabalho, bem como os modos de fazer e de viver, foram tidos em conta na seleção dos participantes no projeto e na identificação dos objectos e memórias a trabalhar. “Queríamos comunidades interligadas através da linguagem dos museus, das artes e dos afectos”, conta Raquel, coordenadora do projeto.
A partir dessa reflexão, a iniciativa foi estruturada em quatro fases: Sensibilização, O Museu vai à Aldeia, A Aldeia vai ao Museu e Finalização com Todos no Museu. Esta estrutura garante uma participação ativa e criativa da comunidade, fomentando o sentimento de pertença e valorizando a importância do património local.
A integração das comunidades ao longo das várias sessões reflectiu-se na sua participação ativa e criativa. Este envolvimento incluiu a análise crítica da importância social dos museus, das peças museológicas, das narrativas e dos significados inerentes aos materiais utilizados e às suas funções representativas. Destacou-se também a importância das suas próprias memórias e contributos para a história local de cada região.
Foram selecionadas treze aldeias e treze museus, partilhando uma variedade de objectos, histórias e memórias. Reinterpretaram e criaram novos objectos e narrativas sobre o território e sobre si próprios:
Processo de co-criação na aldeia de Folgarosa. Fonte: Captura de ecrã do Vídeo do YouTube.
Património cultural imaterial (PCI) e actividades identificadas
1. Meteorito em Alcanadas O Museu da Lourinhã apresentou uma coleção temática sobre a extinção dos dinossauros, levando a comunidade a criar a “Arca da Salvação”, que alberga objectos, memórias e mensagens de esperança.
2. Tapete de Bracejo de Ilh Sob a orientação de artesãos, a comunidade criou um tapete urbano inspirado em padrões intrincados, reforçando o envolvimento comunitário.
3. Contexto arqueológico de uma criança de Lapedo O Museu de Leiria partilhou este momento significativo da história da humanidade, levando à criação de um mapa pela comunidade da Columbeira, honrando o seu património.
4. Artefactos que evidenciam a relação entre a terra e o mar A Rede de Museus Municipais de Peniche envolveu a comunidade na criação de peças de maçapão inspiradas no património local.
5. Oliveiras, Moinhos e Histórias Um intercâmbio entre as comunidades de Alenquer e Torres Novas resultou numa sessão de light painting, reflectindo as suas interações com o património.
6. Mantas de lã históricas de Minde A comunidade utilizou técnicas de marmoreado para tingir tecidos, ligando territórios geograficamente distantes mas culturalmente próximos
7. A fotografia como registo de memória O Centro de Estudos Fotográficos de Tomar facilitou um projeto fotográfico em Mosteiro, captando a essência da comunidade.
8. Escultura “Camões” O Museu e Centro de Artes de Figueiró dos Vinhos inspirou a comunidade do Cercal a criar esculturas de barro representativas da cultura.
9. Escultura “A Peste”
O Museu do Vidro envolveu a comunidade da Fetelaria na criação de “O Vento que Sopra do Sobral”, uma peça feita a partir de elementos recolhidos localmente.
10. Escultura de São Martinho A Rede de Museus e Galerias de Óbidos inspirou os participantes da Freixianda a criarem “O Sol da Unidade é para Todos”, utilizando grãos e cascas de milho.
11. Escultura da Cabeça do Guerreiro O Museu Raul da Bernarda incentivou a comunidade de Cabeças a criar várias cabeças de barro, dando a conhecer a sua criatividade.
12. Escultura de três toneladas na Ateanha A comunidade construiu um banco com pedras locais e tecnologia de impressão 3D, transformando um local da aldeia num ponto de encontro.
13. Indústria da Lã no Museu Casa do Tempo O museu destacou a importância da indústria da lã, levando a comunidade de Fanhais a partilhar os seus pinhais e a honrar a história local.
Paralelamente ao processo de criação e partilha, foram realizadas Performances em Museus com Comunidades. Estas performances pretenderam atingir o objetivo de unir vários elementos: simbólicos e materiais, de diferentes lugares e tempos, abrangendo universos das artes visuais, musicais, coreográficos e cénicos. Pretendeu-se criar um território partilhado entre comunidades, histórias, património material e imaterial, promovendo um diálogo entre múltiplos elementos culturais. Cada espetáculo, rico em histórias, memórias e simbolismos próprios, permitiu a colaboração, reforçou a coesão social e contribuiu para o desenvolvimento humano sustentável da região.
Performance musical numa das aldeias, ligando a comunidade, os artistas e o pessoal do museu envolvido no processo. Fonte: Captura de ecrã do Vídeo do YouTube
Secção 3. Criação da narrativa e adaptação ao formato de comunicação digital
Processo de criação de conteúdo
Como é que é comunicado num formato digital?
Audiovisual, multimédia, cartografia
Sítio Web, plataforma de vídeo/áudio, redes sociais
A iniciativa “Museu na Aldeia” é um projeto de intervenção artística e social destinado à população idosa de regiões rurais e remotas. Liga 13 museus e 13 aldeias de 26 municípios portugueses numa rede alargada. O projeto promove interações entre comunidades, especialistas em museus, artistas e organizações locais para partilhar o património cultural e reavivar tradições.
Encontros iniciais e interpretação: Os profissionais do SAMP, em colaboração com os líderes locais e os especialistas dos museus, levam os artefactos dos museus para as aldeias. Estes encontros iniciais permitem que os residentes idosos reinterpretem, transformem e abordem os objectos de novas formas. Os membros da comunidade são então convidados a refletir sobre os artefactos, relacionando-os com as suas memórias, experiências de vida e caraterísticas locais. Esta reflexão ajuda-os a revisitar e a explorar o seu Património Cultural Imaterial (PCI).
Criação de uma nova obra: O processo culmina com a criação de uma nova obra, desenvolvida em colaboração entre os idosos, os especialistas do museu e a equipa do SAMP. Esta nova obra pretende representar tanto as particularidades individuais de cada idoso como a identidade colectiva da sua comunidade. As peças acabadas são depois inauguradas nos museus participantes através de uma Apresentação Performativa SAMP, simbolizando a união entre a instituição museológica e a comunidade.
Comunicação e Divulgação Digital: Há um cuidado especial em documentar todo o processo através de meios audiovisuais, captando momentos de partilha e produzindo conteúdos de história oral. Estes conteúdos são organizados numa experiência digital abrangente, incluindo imagens, vídeos, áudio e documentação. Estas narrativas digitais são depois apresentadas a grupos locais, assegurando que o impacto do projeto se estende para além dos participantes imediatos.
O conteúdo digital é ainda divulgado através do sítio Web do museu e das plataformas das redes sociais, alargando o alcance da iniciativa e promovendo o turismo cultural. Esta abordagem não só preserva o património cultural, como também o torna acessível a um público mais vasto, promovendo uma apreciação mais profunda das tradições e histórias das comunidades participantes.
Ao integrar a narração de histórias digitais com práticas culturais tradicionais, a iniciativa “Museum in the Village” preserva e revitaliza eficazmente o património local, ao mesmo tempo que envolve a comunidade de uma forma significativa e participativa.
Mapa interativo que proporciona uma experiência digital abrangente, incluindo imagens, vídeos, áudio e documentação das comunidades, museus, processos de cocriação e obras de arte. Fonte: Capturas de ecrã do sítio Web do Museu na Aldeia.
3.1. População local
O projeto “Museu na Aldeia” distingue-se pela sua extensa rede de mais de 90 colaboradores. Promovido pela SAMP – Sociedade Artística Musical dos Pousos, o projeto é financiado e apoiado pela Câmara Municipal de Leiria, Portugal Inovação Social, Programa Operacional de Emprego Social (POISE), Portugal 2020, Fundo Social Europeu (FSE) e Rede Cultura 2027. Colabora também com a União de Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes.
Um Grupo de Trabalho de Museus da Rede Cultura 2027, constituído por representantes de instituições regionais, selecionou as 13 aldeias e os 13 museus envolvidos. Este grupo, conhecedor das realidades sociais e culturais locais, incluiu representantes de museus de 26 concelhos, juntas de freguesia, associações e outros parceiros.
A SAMP coordenou o projeto com uma equipa multidisciplinar, incluindo profissionais de música, direção artística, arte comunitária, representação, comunicação, logística, finanças, museologia, sociologia, psicologia social, design gráfico e produção. Esta equipa, em colaboração com os membros da comunidade, definiu os papéis e as acções do projeto utilizando uma metodologia participativa que privilegiava o diálogo, a escuta, a inclusão e a gestão horizontal.
O envolvimento da comunidade foi ativo e criativo, com os residentes a participarem em sessões e reuniões de avaliação, contribuindo para a tomada de decisões e adaptando as iniciativas conforme necessário. Os princípios orientadores de “estar com” e “criar com” fomentam as relações, a confiança e a criação colaborativa, aumentando o impacto do projeto e assegurando um envolvimento significativo de todos os participantes.
Membros da comunidade envolvidos no projeto “Museu na Aldeia”. Fonte: SAMP/Museu na Aldeia.
Secção 4. Público e metodologias
Público-alvo: Comunidade local
Alcance:
Baixo
Médio
Alto
Objetivo da partilha de histórias:
Preservar as tradições
Social coesão
Frequência: Atividade pontual
A divulgação do projeto tem sido feita através de múltiplos canais, garantindo um grande alcance e impacto.
Sítio Web e Manual de Divulgação: Informações detalhadas estão disponíveis no sítio Web do projeto sítio Web e no Manual de Divulgação. Esta publicação regista e partilha as metodologias, experiências e estratégias do projeto, fornecendo orientações para a sua replicação ou adaptação por outras entidades em diferentes contextos.
Cobertura mediática: Vários órgãos de comunicação social, incluindo televisão, rádio e jornais, produziram reportagens a nível local e nacional. Foram utilizados formatos físicos e digitais para partilhar as histórias e tradições das aldeias participantes.
Publicações: Foram feitos esforços para publicar artigos científicos e culturais sobre o projeto. Até à data, foi publicado um artigo e outro foi recentemente submetido para publicação.
Eventos de apresentação: O projeto tem sido promovido em conferências, congressos e outros eventos nacionais e internacionais. A SAMP tem participado através de convites e submetendo comunicações para revisão por pares.
Documentário: A documentário narra todo o processo de trabalho, focando as várias fases do projeto e destacando o envolvimento de museus, aldeias, artistas e técnicos. Está disponível online.
Museu Virtual: O museu virtual funciona como testemunho e memória do projeto, permitindo aos utilizadores explorar obras de arte e museus e envolverse em histórias e experiências. Também incorpora elementos de realidade virtual para melhorar a experiência do utilizador.
Catálogo da exposição: Disponível em formato digital e físico, o catálogo apresenta imagens e peças de museu, partilhando as experiências vividas no projeto.
Exposição itinerante: Intitulada “Do Outro Lado da Linha”, esta exposição pretende dar continuidade ao legado do projeto, fomentando novas relações e parcerias, ao mesmo tempo que homenageia o trabalho colaborativo e a proximidade cultural de todo o território.
Secção 5. Aspectos Inovadores
O projeto “Museu na Aldeia” tem sido amplamente reconhecido pelo seu envolvimento inovador com a comunidade, particularmente durante a pandemia da COVID-19. A iniciativa venceu a categoria “Envolvimento e Sensibilização dos Cidadãos” nos Prémios Europeus do Património / Prémios Europa Nostra em 2022. Este prémio destaca os projectos que utilizam o património cultural para promover a coesão social, a inclusão, o diálogo e a compreensão, fomentando simultaneamente um sentimento de pertença e celebrando a diversidade.
a variedade e a adaptação das actividades a cada grupo-alvo participante tornam o projeto “Museum in the Village” muito especial. Ao abordar as necessidades e interesses específicos tanto dos jovens como dos mais velhos, asseguraram um impacto maior e mais significativo. O projeto também demonstra de forma convincente a relação clara entre o património cultural e o bem-estar” observou o júri dos Prémios Europa Nostra.
Além disso, o projeto venceu os Prémios APOM 2021 na categoria “Inovação e Criatividade” , que distingue projectos criativos em várias actividades dos museus, desde a investigação e conservação a exposições e divulgação cultural. Recebeu ainda uma Menção Honrosa na categoria “Projeto de Educação e Mediação Cultural” .
Além disso, na III Conferência de Intervenção Psicossocial na Comunidade, o projeto foi premiado pelo seu trabalho no combate ao isolamento social e à solidão dos idosos através da arte e da cultura. Recebeu também uma Menção Honrosa pela sua investigação sobre a solidão e a saúde mental dos idosos durante a pandemia.
A utilização inovadora de conteúdos digitais pelo projeto reforça ainda mais o seu impacto, permitindo aos utilizadores explorar o museu virtual, participar em histórias interactivas e aceder a conteúdos multimédia ricos, melhorando a experiência cultural global. A experiência digital no sítio Web do projeto oferece uma panorâmica abrangente da iniciativa, com colecções audiovisuais, histórias orais, imagens, vídeos e documentação. Este repositório digital não só preserva os resultados do projeto, como também os torna acessíveis a um público mais vasto, promovendo o turismo cultural e assegurando a longevidade do património da comunidade.
Ao integrar práticas culturais tradicionais com técnicas modernas de narração de histórias digitais, o projeto “Museum in the Village” preenche eficazmente o fosso entre gerações, promovendo uma ligação mais profunda ao património cultural e abordando simultaneamente questões sociais contemporâneas.
Secção 6. Impacto
Impacto no turismo
Baixo
Médio
Alto
Impacto no desenvolvimento sustentável local:
ODS3. Saúde e bemestar
ODS4. Educação de qualidade
ODS9. Indústria, inovação e infra-estruturas
ODS17. Parcerias para os objectivos
O projeto “Museu na Aldeia” exigiu um grande esforço, com a realização de 226 sessões com as comunidades, a mobilização de mais de 30 artistas e o envolvimento de mais de 90 parceiros. Chegou a mais de 780 pessoas, incluindo 273 participantes activos da comunidade. Este esforço coletivo visou conectar comunidades isoladas a museus, dinamizar o território e promover encontros.
O impacto do projeto na educação, na mediação cultural e no combate ao isolamento social dos idosos está patente nos seus relatórios de atividade:
92% dos participantes consideraram que o projeto melhorou o seu bem-estar.
94% consideraram que o projeto foi fundamental para prevenir sentimentos de solidão e isolamento.
83% consideram que o projeto promoveu as relações entre os residentes da comunidade.
A iniciativa activou com êxito o Património Cultural Imaterial (PCI) através da sensibilização e da facilitação de encontros entre os habitantes da aldeia e os parceiros do projeto. Este facto reforçou a coesão social em zonas rurais isoladas com acesso limitado à cultura. As 13 aldeias envolvidas ganharam visibilidade e foram visitadas pelos participantes no projeto, parceiros, meios de comunicação social regionais e turistas culturais. Para os 13 museus, o projeto aumentou significativamente a acessibilidade e a participação.
O projeto fomentou a cooperação intermunicipal, envolvendo museus, municípios, juntas de freguesia, associações locais e a SAMP. Esta abordagem em rede juntou profissionais da cultura, artistas, técnicos, agentes políticos e autoridades locais, desenvolvendo uma metodologia de mobilização sociocultural e gerando valores comunitários.
Uma resposta inovadora ao isolamento social dos idosos, o projeto criou um modelo e instrumentos de intervenção que podem ser replicados noutros contextos. Destacou a relação entre as componentes cultural e social através de práticas artísticas, com potenciais implicações para a reformulação das políticas públicas locais.
O projeto privilegiou também os conteúdos digitais, documentando todo o processo através de meios audiovisuais. Isto incluiu a captação de momentos de partilha, a produção de conteúdos de história oral e a criação de uma experiência digital com imagens, vídeos, áudio e documentação. Estes conteúdos foram partilhados com grupos locais e divulgados através do sítio Web e das redes sociais dos museus, alargando o alcance do projeto e promovendo o turismo cultural.